Uma verdadeira e comovente história acontecida com Antoine de Saint Exupéry.
Você
se lembra do tocante livro “O Pequeno Príncipe”? Bom, existe uma
história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o autor do livro, o
escritor francês Antoine de Saint Exupéry.
Poucas pessoas
sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola e ao ser capturado pelo
inimigo, foi levado ao cárcere para possivelmente ser executado. Na
cela, nervoso, ele procurou em seu bolso um cigarro e achou um, mas suas
mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo leva-lo à boca.
Procurou fósforos, mas não tinha, pois os soldados haviam tirado quase
tudo de sua bolsa.
Ele olhou então para o carcereiro e disse:
“Por favor, usted tiene fósforo?”. O carcereiro olhou para ele, disse
que sim e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de
segundo, seus olhos se encontraram e Saint Exupéry sorriu.
(Posteriormente, ao contar o fato, ele disse que não sabia por que
sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja
difícil não sorrir). Naquele instante, junto com a chama do fósforo algo
aconteceu também no espaço, agora entre o coração dos dois homens e
gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de
Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou
sorrindo. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como
uma pessoa e não como carcereiro.
Parece que o carcereiro
também começou a olhar Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: “Você
tem filhos?” “Sim”, Exupéry respondeu, e tirou da bolsa uma foto já
amassada de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos
também e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles.
Os olhos de Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha
mais planos, porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro
se encheram de lágrimas também. De repente, sem nenhuma palavra, ele
abriu a cela e guiou Exupéry para fora do cárcere e o libertou,
indicando um caminho, através das sinuosas ruas, para fora de cidade.
Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retomou por onde
veio. Exupéry fugiu e conseguiu salvar sua vida. Contando, disse: “Minha
vida foi salva por um sorriso do coração”.
O que foi aquela
“chama” que emergiu entre o coração desses dois homens? Isso, sob outra
denominação, tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em
que a ciência está se dando conta de que o coração não é meramente uma
bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar
informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o
cérebro envia ao coração! Como disse o filósofo francês Blaise Pascal:
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Estados
emocionais negativos geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas do
coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no freio
simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de
“incoerência cardíaca” e está ligado a doenças coronárias e várias
outras patologias. Em estados de amor, alegria ou gratidão nosso
batimento cardíaco torna-se calmo, mas “aceso” “coerente”. Isso diminui
secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e
insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma
das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão
associadas à boa saúde física e mental, e também a longevidade. Essa
irradiação coerente do coração, essa “chama de genuína afeição” pode
afetar pessoas à distância!
Logo, na próxima vez em que estiver
numa situação difícil, respire profundamente, lembre-se de Exupéry e do
”Pequeno Príncipe” e irradie a energia de seu coração. Quando
começar
a sentir que está fechando seu campo, procure um contato favorável e
verdadeiro com quem estiver ao seu redor (mesmo que seja um carcereiro).
Isso pode mudar uma situação, como pode salvar uma vida.
Como disse o Pequeno Príncipe: “somente com o coração podemos ver com clareza”.
Texto retirado do jornal “BEM ESTAR”. Novembro/12.
Dica de leitura da
Professora Alice
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